quinta-feira, 28 de novembro de 2013

"...Uma vez me disseram que eu jamais amaria dum jeito que "desse certo", caso contrário deixaria de escrever. Pode ser. Pequenas magias. Quando terminei Morangos mofados, escrevi embaixo, sem querer, "criação é coisa sagrada”. É mais ou menos o que diz o Chico no fim daquela matéria. É misterioso, sagrado, maravilhoso." Caio F.
"...Tão estranho. Às vezes penso que, quando escrevo, sou apenas um canal transmissor, digamos assim, entre duas coisas totalmente alheias a mim, não sei se você entende." Caio F.
"Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima, Zézim. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida”. Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão. Como Joyce. Como Kafka, louco e só lá em Praga. Como Van Gogh. Como Artaud. Ou Rimbaud." Caio F.
"Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho, "apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo". Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida." Caio Fernando Abreu
"A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados." Mahatma Gandhi
“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.” Caio Fernando Abreu.
Acho um porre essas puxações de saco! "Mimimi bonita, mimimi amor, mimimi o caralho".
"Nem faço muita questão que as pessoas me conheçam a fundo. Tem gente que não merece o nosso coração aberto. Certas pessoas não precisam conhecer nossa alma. Porque elas nem vão saber o que fazer com tanta informação. Tem gente ruim no mundo, já me convenci disso. Espero que você entenda isso também. E que não sofra tanto ao constatar que nem todo mundo quer o seu bem. Algumas pessoas sentem prazer em perturbar os outros. O que ganham em troca? Não sei. E nem quero descobrir." Clarissa Corrêa.
"Se alguém se sente incomodado com a sua presença, é porque conhece o seu brilho, sabe da tua força, inveja teu caráter e teme que os outros vejam o quanto você é melhor e tua alma é mais evoluída . Não é a aparência, é a essência. Não é o dinheiro, é a educação. Não é a roupa, é a atitude! A ignorância gera a inveja - sinônimo de incapacidade." (Desconhecido)
"Não era bom, nem era mau: era apenas perfeito." Caio F.
A inveja te olha dos pés a cabeça procurando defeitos em você! Quando ela encontra, comenta! Quando não acha, inventa... (Desconhecido)
Tenho planos, claro (todo mundo tem). Mas objetivamente estou aqui sem nada à minha frente. O momento futuro é uma incógnita absoluta. Eu não posso pensar “não, daqui a um ano eu vou pro campo ou eu caso ou me formo ou vou à Europa”. Eu não sei. Fico esperando que pinte uma coisa, naturalmente. E essa falta de ação me esmaga um pouco. Caio F.
Sabe, ando cansada de abrir a porta da minha vida, da minha casa e do meu coração pras pessoas. Elas entram, fazem a festa, vão embora e deixam toda a bagunça. E as contas pra pagar? A roupa suja pra lavar? E os corações pra remendar? Sempre quis, oras é alguém pra amar. Não tem dessa de "ficar por ficar". Se quiser chegar é pra casar. E sem esse papo de "casar é démodé", "você é louca, casar nova assim". Se quiser, comigo é assim.
Que gosto de desgosto, um gosto amargo nos meus lábios, aquele velho nó preso em minha garganta. Ou desiste, ou desafia, desafio você a me amar, e acredite, não vou deixar escapar. Mas valeria a pena se doar e se aconchegar num coração tão perdido, cheio de amores e amadas? Ou apenas desistir sem ao menos ter tentado. E o gosto da confusão, ah essa minha mente confusa, embaralha o coração. Que pavor, que fobia de me magoar mais uma vez em outra paixão.
"Você sabe, estou saindo de um momento muito escuro, então tenho procurado não deixar que as minhas dores pessoais — do meu ponto de vista: enormes — interfiram no meu viver objetivo. As vezes afundo no trabalho e esqueço que gostaria/ poderia estar agora mesmo em Marrakesh, por exemplo. Mas prefiro pensar que vale a pena. Eu tenho que pensar que vale a pena." Caio F.
"(...) não me olham, não me vêem, não me sabem. Me diluem, me invisibilizam, me limitam aquele limite insuportável do que eles escolheram suportar, e eu não suporto - você me entende?" Caio F.
"Sou PhD em desilusão amorosa. Fui muito honesta nas relações, não sei jogar. Odeio quando o amor se transforma em violência, competição, morbidez." Caio F.
“Estou sempre precisando de consolo, costumo me sentir fraca e com frequência deixo de atender às minhas expectativas. Sei disso, e todos os dias resolvo ser melhor.” Anne Frank.
Ainda moro lá, mas um lá mais distante agora. Talvez um lá mais à fundo, um lá bem distante daquele lá que a gente viveu. Às vezes eu esqueço, às vezes eu acho que ainda está lá. Fuço, reviro mais um pouquinho e plim*. Está lá, onde deveria estar. Na lembrança, na memória, memória agora um tanto falha, mas não deixa de estar.